É a vida que nos pergunta

Texto escrito originalmente em 31 de outubro de 2015

Ontem me perguntaram se eu encontrei o que procurava quando deixei tudo para viajar. Precisei dar um passo atrás para ter uma visão mais ampla antes de responder. Acho que só tinham me perguntado isso, desta forma, uma única vez.

Não. Se eu não estou enganada eu não encontrei o que procurava, já que as perguntas que tinha quando larguei tudo foram deixando de fazer sentindo ao longo do caminho. Aquela que tinha as perguntas foi deixando de existir, de alguma forma. Outras perguntas vieram e também morreram enquanto andava. A cada chai , a cada banheiro indiano, a cada pessoa, a cada templo, a cada prato de morning glory (ou cah kankung na Indonésia), a cada dia na praia ou na montanha, a cada roubada, a cada abraço, a cada prática de yoga ou meditação, a cada momento de solidão, a cada momento de plenitude, a cada ônibus local, a cada riso, a cada choro. Tudo foi mudando. Tudo sempre está mudando. Então, por que ficamos correndo atrás de respostas para perguntas que também mudam?

Por que a gente se preocupa tanto com as tais respostas?

Não importa a resposta! Não importa resposta de pergunta que ficou oca.

Definitivamente eu não encontrei as respostas para as perguntas que tinha quando larguei tudo. Definitivamente eu não me importo com as possíveis respostas para perguntas envelhecidas.

Encontrei o que me procurava. E o que importa é isso.

O que importa é, a cada instante, estar aberto para encontrar o que nos procura.

É a vida que nos pergunta! Precisamos nos tornar a resposta.

Com carinho,

Maria